Romanos 3:9-12
O apóstolo Paulo, escrevendo aos cristãos da cidade de Roma, aborda a condição de igualdade entre judeus, gregos e gentios: todos são pecadores diante de Deus.
“Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.” (Romanos 3:9-12)
Paulo deixa claro aos irmãos de Roma que todos estamos sob a mesma condição perante Deus: todos somos pecadores. Não há sequer um justo. Imagine Deus, do alto dos céus, percorrendo a superfície da terra com o Seu olhar e não encontrando um só justo — nenhum! Considerando os atributos de Deus — onisciência, onipotência e onipresença — podemos compreender que essa análise divina contempla todos os seres humanos que já existiram, os que vivem hoje e os que ainda nascerão. Isso significa que Deus conhece todos os pecados que eu e você já cometemos, sabe dos que estão em nossos corações agora e de todos os que ainda cometeremos.
E Paulo continua seu raciocínio no verso 23:
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (Romanos 3:23)
Essa afirmação nos mostra que o pecado cria um abismo entre nós e Deus. Isso me faz lembrar do momento da crucificação de Jesus, quando Ele exclama: “Eli, Eli, lamá sabactâni?” — “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46). Naquele momento, Jesus carregava sobre si todos os pecados da humanidade — os meus e os seus. Deus, por ser santo, não compactua com o pecado.
Diante dessa realidade, fico refletindo — e convido você a refletir também: como Deus pode me amar? Como Ele, sendo todo-poderoso, perfeito e criador de todas as coisas, pode sequer olhar para mim? Ele conhece as minhas falhas. Sabe quantas vezes priorizo meus próprios desejos e O coloco em último lugar. Vê o ódio, as mágoas e os ressentimentos que carregamos em nossos corações, muitas vezes sem espaço para Ele.
Eu sei que não mereço o amor de Deus.
E, se você fizer um exame sincero de consciência, perceberá que também não é merecedor. Aí leio João 3:16:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Isso me quebranta profundamente. Então, volto ao texto de Paulo em Romanos 3, agora os versos 24 e 25:
“Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs como propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados anteriormente cometidos, sob a paciência de Deus.”
Deus nos amou quando ainda éramos pecadores (Romanos 5:8).
Diante desse Deus maravilhoso, só me resta me curvar em Sua presença, reconhecer Sua autoridade, Sua magnitude e soberania — e, acima de tudo, o Seu amor, ao qual só posso responder com amor e humildade. Tenho plena certeza de que hoje O amo porque Ele me amou primeiro, como João afirma em sua primeira carta:
“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou o Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” (1 João 4:10)
“Nós amamos porque Ele nos amou primeiro.” (1 João 4:19)
Eu sei que você, assim como eu e todos ao nosso redor, é pecador e falho. Mas, a partir do momento em que conhecemos o amor de Deus, entendemos que não merecemos, e ainda assim Ele entregou Jesus para morrer por nossas falhas. Recebemos Sua graça e perdão gratuitamente, não por mérito. Deus, através do Seu amor, nos move a amá-Lo. E quando O amamos verdadeiramente, passamos a obedecê-Lo, a ler Sua Palavra e a buscá-Lo em oração. Não por obrigação ou para ganhar “pontos”, mas porque O amamos como Ele nos ensina: com todo o coração, toda a alma, toda a força e com tudo que há em nós.
Minha oração ao Senhor é que Ele nos ensine, a cada dia, a amá-Lo mais e mais.


